— O amor não deve pedir — continuou — nem tampouco exigir. Há de ter a força de chegar em si mesmo à certeza e então passa a atrair em vez de ser atraído.
Trecho de Demian, do Hesse.
A chuva cai, fina, e parece que o céu inteiro se desprende em pequenas gotas e desaba sobre a minha cabeça. Partículas de água multiplicadas por medo de peso infinito. Os últimos dias vestiram-se de cinza e de dúvidas, de apelos e de sono, muito sono. Mas é preciso sair da inércia. Assombrada por um futuro muito próximo e novo, recém-nascido. E sem pena sou interpelada por vozes de fora para tomar decisões sobre o que para mim está na geladeira esfriando. Não há tempo nem espaço agora para nada disso. Atire facas no meu coração como num espetáculo circense; ainda assim não terei tempo. Me deixa sombra, e veremos depois o que sobra. Minha mente está em se vou conseguir dormir e levantar amanhã, se vou conseguir sobreviver sã (e somente sã) à próxima semana. Se a maré de novidades não vai me carregar para oceanos sombrios e distantes. Tormenta dentro de mim, para onde me levará? Permanecerei suspensa no ar? Ou vou desabar? Leis do amor, da sanidade e da física, tenham piedade de mim.
Me identifiquei muito porque estou numa fase meio perdida e como se tivesse sem saco, cabeça ou paciência pra me encontrar, preferindo ficar jogada mesmo, até que tudo se resolva sozinho.
ResponderExcluirMas a grande dúvida e o grande desafio é passar por tudo isso e manter a sanidade
adorei o texto e a citação acima
beijos
Mari, foi maravilhoso ler seu texto. Uma espécie de expiação maravilhosa!... continue nos ofertando suas palavras! =)
ResponderExcluirmuito bom o texto! se eu puder dar um pitaco, sem a pretensão de soar como clichê: a física possui suas leis. o amor e a sanidade não, não é?! há sentimento e fim. encontro e desencontro. começo e fim. papel e texto. não são parecidos?!
ResponderExcluir:D