segunda-feira, 9 de julho de 2012

Emaranhado


E no meio de tantos destinos cruzados eu me sinto num emaranhado só. Eu dei tanta corda que deu nó. Agora não dá mais pra desembolar, vai ter que cortar. Não quero excesso, não quero furor: só quero que você secretamente compreenda, que ouça aquela voz interior – é a minha gritando com a sua: suma! - e se afaste sem dizer nada. Que desapareça - plim! – como num conto de fadas. Eu tentei explicar, mas não consegui. Eu mal comecei, mas tropecei e caí. E no meio de tantos eventos inúteis, de tanto tempo perdido com coisas fúteis, eu estou cheia. A gente tem mania de gostar de porcaria, tipo refrigerante, batata frita e gente que não presta. A gente cola um “idiota!” na testa e vai fazendo o que bem entende. Pensa depois que deveria evitar – mas e o sabor? Será que o certo é mesmo trocar o vinho por água e evitar a ressaca? É a verdade tinta e seca que desce pela garganta mas evita a dor de cabeça do dia seguinte. É a água com gosto de nada que amarga madrugada adentro. Na verdade, é como sempre foi: vai dor durante ou depois? Agora eu vou de durante – com muito gelo, por favor.

Floresta de Beckingen, Alemanha

Um comentário:

  1. Eu juro que se você publicasse um livro eu ía correr pra loja, comprar e ler avidamente!...

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